Vladimir Putin quer ampliar guerra para a Moldávia, diz representante de departamento inteligência dos EUA – Globo

O presidente russo, Vladimir Putin, pretende ampliar a guerra para a região da Transnítria, na Moldávia, disse a diretora de inteligência dos Estados Unidos, Avril Haines, no Congresso americano.

Segundo Haines, os serviços de inteligência americanos consideram que Putin está se preparando para um longo conflito na Ucrânia, e que os objetivos militares dos russos vão além da região do Donbass (parte leste da Ucrânia, onde há lutas entre o governo ucraniano e separatistas desde 2014).

Transnístria, região separatista da Moldávia, fica na fronteira da Ucrânia — Foto: Arte g1

Ela afirmou que os serviços de Inteligência americanos acreditam que os militares russos querem “estender a ponte terrestre (no sul da Ucrânia) para a Transnístria”. Para chegar a essa região da Moldávia, os russos vão precisar conquistar também a cidade ucraniana de Odessa.

Ela disse que é possível que as forças russas atinjam esse objetivo nos próximos meses, mas, para isso, vão precisar decretar uma mobilização geral de forças.

Putin “provavelmente está contando com um enfraquecimento da determinação dos EUA e da União Europeia, quando a escassez de alimentos se tornar mais aguda e os preços da energia subirem”, afirmou Haines.

As ambições de Putin superam as capacidades dos militares russos, e isso “provavelmente significa que nos próximos meses evoluiremos para uma trajetória mais imprevisível e, potencialmente, uma escalada”, disse Haines.

Putin no ‘Dia da Vitória’ — Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

“A tendência atual aumenta as chances de o presidente Putin recorrer a medidas mais drásticas, incluindo a introdução da lei marcial, a reorientação da produção industrial, ou uma possível escalada militar para liberar os recursos necessários para atingir seus objetivos”, afirmou.

Em relação às armas nucleares, ela é ambígua. Ela afirma que o russo só vai recorrer a armas nucleares, no entanto, se perceber uma ameaça ao seu Estado ou ao seu regime, mas também diz que Putin pode usá-las “se achar que está perdendo a guerra na Ucrânia, e a Otan intervir, ou se preparar para intervir”.

Mesmo nesse cenário é provável que ele envie sinais antes de agir, segundo ela.

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