Em grandes empresas, trocas na diretoria geralmente indicam mudança de rumos ou novos planos. A saída do diretor de machine learning da Apple, porém, parece ser bem mais simples que isso. Ian Goodfellow pediu demissão por não concordar com os planos de volta ao trabalho presencial.
Em um e-mail interno, Goodfellow teria dito acreditar fortemente que “mais flexibilidade seria uma política melhor para minha equipe”.
Com a melhora na situação da pandemia, a Apple está, aos poucos, retornando ao trabalho presencial. A mudança começou em 11 de abril, quando passou a ser exigido um dia por semana no Apple Park. Em 2 de maio, o número aumentou para dois dias. A partir de 23 de maio, serão três idas semanais ao escritório.
Em junho de 2021, funcionários já se mostravam desconfortáveis com a volta ao Apple Park três vezes por semana. Eles diziam estar forçados a decidir: ser parte da Apple ou optar por suas famílias, seu bem-estar e suas condições de fazer um bom trabalho. Com o aumento de casos de COVID-19 em agosto daquele ano, a empresa adiou os planos.
Goodfellow trocou Google pela Apple em 2019
A saída de Ian Goodfellow da Apple pode ter algum impacto nos projetos da companhia envolvendo inteligência artificial. Ele era um dos principais nomes da área no Google até março de 2019, quando deixou seu cargo e se tornou diretor na concorrente.
Ele não foi o único: em 2018, a Apple trouxe John Giannandrea, chefe de IA e busca do Google, para supervisionar o setor na empresa.
Goodfellow é citado como pai das GANs (generative adversarial networks, ou redes adversariais generativas, em tradução livre). Esta abordagem usa duas redes simultaneamente para criar áudios, vídeos e textos. Um exemplo de seu uso são os deepfakes.
Antes do Google, Goodfellow fez doutorado na Universidade de Montreal e trabalhou na OpenAI, instituição sem fins lucrativos fundada por Elon Musk.
Com informações: MacRumors.