Teremos mortes, e eu não quero ser uma delas, diz médico sobre Covid – O Tempo

“Nós erramos no início, erramos no meio e estamos errando agora”. A avaliação é do infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás. O médico, que participou do extinto comitê de enfrentamento à pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), avalia como negativa a descontinuidade da estratégia de prevenção à Covid pelo poder público.

O aumento dos casos de coronavírus é inegável. Há um mês, 64,4 mil pessoas estavam tratando a doença no Estado. Atualmente, esse número já passa de 90 mil, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). As confirmações do novo coronavírus, em 24 horas, também cresceram no mesmo período: são 2.323, nesta sexta-feira (20), contra 1.217, em 20 de abril.

 

Para Unaí Tupinambás, a onda de novos casos da doença era “esperada”, especialmente porque a população teria entendido que a Covid chegou ao fim com a liberação para não-uso de máscaras. Ele acredita que a decisão de abandonar a proteção em locais fechados foi precipitada. “A leitura que a população teve é que liberou geral, que a pandemia não existe mais”, afirma. 

 

O infectologista argumenta que os municípios deveriam rever suas posições e aplicar o plano de enfrentamento à pandemia. “Voltar a usar máscara vai ser difícil, mas as prefeituras deveriam assumir esse papel. Não teremos os sinais catastróficos dos anos passados, mas veremos mortes e eu não quero ser uma delas”, observa.

Readoção de protocolos
Com o crescimento da Covid em Minas Gerais e em Belo Horizonte, será preciso adotar novas medidas de isolamento social? Ou é possível se prevenir sem perder a autonomia conquistada com a imunização contra a doença?

Para o professor, é essencial que os órgãos públicos voltem a garantir à população a aplicação da quarta dose, além de endossar a orientação para que as pessoas tomem o reforço — também chamado de terceira dose. Ele ainda cita outras medidas que devem ser adotadas pelos próprios cidadãos para se proteger do coronavírus. Confira:

 

– Voltar a usar máscaras de boa qualidade (KN95 e PFF2) e bem posicionadas;

– Não retirar a proteção em espaços fechados de qualquer natureza, como transporte, sala de aula, comércio;

– Também adotar as máscaras em locais abertos com aglomeração, como shows e grandes eventos;

 

– Higienizar as mãos com água, sabão e álcool em gel.

 

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, alertou sobre a vacinação contra a covid-19, que permanece sendo realizada nos postos de saúde na capital. Além disso, a pasta alegou que poderá adotar medidas mais rígidas caso seja constata a necessidade, o que não é o caso no momento. Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que mantém doses da vacina contra a Covid-19 em centros de saúde, postos extras e em pontos de drive thru, inclusive no horário noturno. Também são realizadas ações de vacinação nos finais de semana. O município reforça que a pandemia não acabou e que a estratégia principal para o enfrentamento à pandemia é a imunização da população.

No final de abril, a Prefeitura lançou uma campanha para incentivar a vacinação das crianças. A campanha contou com filme para TV e redes sociais, spot para rádio, anúncio de jornal, abrigo de passageiros, backbus e banners de internet. A Prefeitura também tem reforçado a importância da vacinação com a realização de ações diárias de repescagem.

Todos os grupos elegíveis, definidos pelo Ministério da Saúde até o momento, já foram convocados pela Prefeitura. Desde o início da Campanha de Vacinação contra a Covid-19, a Secretaria Municipal de Saúde só convocou grupos com doses suficientes para vacinar todas as pessoas pertencentes aos públicos.

Os dados de vacinação são divulgados às terças e sextas-feiras, no Boletim Epidemiológico.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que, caso seja necessário e com base em dados epidemiológicos e evidências científicas, medidas serão prontamente adotadas, inclusive com revisão dos protocolos sanitários e retorno da obrigatoriedade das máscaras. No momento não há indicação de alteração nas medidas implantadas.

A equipe da SMSA mantém o acompanhamento dos casos. É importante destacar que a Taxa de Incidência por 100 mil habitantes voltou a ser publicada no Boletim Epidemiológico”

O que diz o Estado?

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recomendou a não obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção à covid-19 em locais fechados desde 1/5. A queda de casos novos de covid-19 viabilizou a recomendação da medida. A decisão acerca da desobrigação ficou a cargo de cada município.

Nas semanas que se seguiram, não se visualizou um aumento de casos de covid-19 que possa estar diretamente relacionado à desobrigação do uso de máscaras. Nesta época do ano, com a chegada do clima frio, é esperado o aumento de registros de doenças respiratórias em função da sazonalidade.

A SES-MG segue avaliando os indicadores tanto de casos novos quanto de internações e, caso seja necessária alguma medida, esta será adotada. Neste momento, a Secretaria não vê riscos de sobrecarga do serviço de saúde.

A Secretaria reitera a necessidade de imunização de quem ainda não buscou a vacinação de reforço contra covid-19, como forma mais segura e eficaz de se interromper a circulação do vírus.

Também é importante destacar que o uso de máscaras é facultativo e segue indicado para pessoas que apresentem sintomas gripais ou estejam locais de grandes aglomerações.

 

Matéria atualizada ás 17h53 do dia 20/05/2022

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