Durante mais uma discussão entre pai e filha, Guta vai exigir outra vez que a mãe seja tratada com respeito. Nesse papo, surge novamente o assunto sobre a família de São Paulo.
“O senhor não sonhe mais em voz alta, pra não deixar a pobre nessa agonia! Onde já se viu… Chamá-la pelo nome da outra?”, contesta Guta, possessa.
“Escapou. Eu tava meio zureta… Eu ia chamar de Bruaca, mas saiu Zuleica”, justifica o empresário. “Ela sempre dependeu de mim a vida inteira. Foi a minha sombra…”
“Foi a sua companheira! E, ainda assim, o senhor arranjou outra… E fez filhos nela”, responderá Guta, ao mencionar os outros três irmãos.
Do outro lado da porta, estará Bruaca, sem chão, tentando associar todas as informações que acaba de saber.
“Filhos… Ela disse outros filhos?”, fala a dona de casa, pra si mesma, atônica com tudo que ouve.
Tenório e Guta continuam o bate-boca, sem imaginar a presença da vítima da história ao outro lado da porta.
“Eu nunca tive coragem de chegar a ela e dizer: ‘Bruaca, eu tenho outra mulher. Tenho a nossa Guta aqui, mas tenho outros três do lado de lá. E, inclusive, o mais velho nasceu antes da Guta. Porque você me tava negando fogo’”, conta o empresário.
Para não causar exatamente a situação que já causaram, os dois decidem interromper a conversa. Mas, agora, não tem mais jeito: Bruaca sabe de tudo. E sofre muito tentando compreender tudo que descobriu.
“E ocê fazendo papel de trouxa, de bruaca dele, a vida inteira, e o maldito com outra, lá em São Paulo! Com filho e tudo, meu Deus! Minha Nossa Senhora… Minha mãe do céu, me ajuda… Dai-me forças… Me acuda, me acuda”, diz ela a si mesmo.
Neste momento, Tenório chegará na cozinha e, ao ver a esposa chorando, irá questionar o porquê das lágrimas, sem imaginar que ela já sabe de tudo.