De volta ao Festival de Cannes depois de 30 anos (sua última participação foi em 1992 para lançar “Um Sonho Distante”), Tom Cruise foi muito assediado por jornalistas, fotógrafos e fãs ao divulgar seu novo filme “Top Gun: Maverick” no evento francês nesta quarta-feira, 18/5.
Na longa fila de espera para a entrevista concedida para a imprensa pelo astro de 59 anos, ouvia-se a expressão “Cannes became Cruiseland”. Traduzindo para o português: “Cannes virou uma Cruiselândia”.
O motivo? A divulgação de “Top Gun: Maverick” em Cannes foi pesada. Na Croisette, a principal avenida da cidade e localizada à beira-mar, foi instalado um capacete gigante de piloto de avião e um outdoor igualmente enorme. Dezenas de cartazes com o rosto estampado de Cruise também foram espalhados pelo balneário francês.
Divulgação do filme ‘Top Gun: Maverick’ no Festival de Cannes — Foto: Rodrigo Fonseca
“Eu me lembro que, aos 4 anos, já queria fazer filmes, pilotar aviões e viver aventuras. Era menino ainda quando comecei a escrever minhas primeiras histórias, já criando personagens. E, nessa época, adorava brincar escalando árvores bem altas”, disse o ator.
“Trabalhei em muita coisa quando era menino, para ajudar a família. Cortei grama, limpei neve. E a cada dinheiro que ganhava e economizava, tirava uma parte para gastar indo ao cinema”.
Continuação de sucesso 36 anos depois
Clássico da “Sessão da Tarde” nos anos 1990, “Top Gun – Ases Indomáveis” estreou em 1986 e faturou 357 milhões de dólares ao redor do mundo. No papel do piloto em formação Pete “Maverick” Mitchell, Tom Cruise virou estrela (e símbolo sexual), protagonizando cenas românticas com Kelly McGillis, que alegou não ter sido escalada para a continuação por etarismo.
No primeiro filme, ficou célebre o diálogo em que ele e Val Kilmer disputam: “Meu avião é maior do que o seu”. Até o cineasta Quentin Tarantino fez piada com essa fala, que faz parte da mitologia desse blockbuster rodado por Tony Scott (1944-2012).
Agora sua sequência, dirigida por Joseph Kosinski e que estreia no Brasil no dia 26 de maio, chega cercada de críticas elogiosas… e do endosso do Festival de Cannes. Na história, o piloto Maverick volta à escola de elite da Marinha Top Gun para treinar uma turma recém-chegada de jovens aviadores. No elenco, nomes como Jennifer Connelly, Jon Hamm e Ed Harris.
Tom Cruise e Jennifer Conelly com o elenco de ‘Top Gun: Maverick’ no Festival de Cannes — Foto: Dominique Charriau/WireImage/Getty Images
‘Tento cruzar o mundo não a passeio, mas trabalhando’
Sob gritos de uma plateia ávida por autógrafos e sorrisos, Cruise desfilou pelo Palais des Festivals, sede do festival, solícito aos pedidos dos fotógrafos.
“Comecei a trabalhar no cinema aos 18 anos, quando fiz uma das primeiras audições, para ganhar um papel pequeno. Não estudei cinema formalmente, mas sabia muito sobre filmes”, disse Cruise que foi indicado ao Oscar três vezes, concorrendo por “Nascido em 4 de Julho” (em 1990); “Jerry Maguire – A Grande Virada” (em 1997); e “Magnólia” (como melhor coadjuvante, em 2000).
“Logo que comecei a trabalhar, passei a me interessar por aquilo que cada técnico em um set fazia. Eu estudava cada aspecto de um filme. E tive a sorte de ter trabalho com pessoas muito generosas”.
Tom Cruise e Jennifer Connelly no Festival de Cannes — Foto: Stephane Cardinale – Corbis/Corbis via Getty Images
Sem alimentar polêmicas acerca de sua relação religiosa com a Cientologia nem sobre seus romances como atrizes famosas, Cannes preferiu se concentrar nos feitos do ator, cuja filmografia arrecadou cerca de 10 bilhões de dólares dos anos 1980 pra cá.
“Não tenho medo de dizer ‘não sei’ e não tenho medo de não saber as coisas”, disse Cruise, que já tem mais um filme da série “Missão: Impossível” engatilhado para 2023. “Tento cruzar o mundo não a passeio, como turista, mas trabalhando”.
Tom Cruise em ‘Top Gun Maverick’ (2022) — Foto: Reprodução/Instagram
Val Kilmer de volta à cena
Val Kilmer, de 62 anos é outro que faz parte da sequência, no papel icônico de “Iceman”, após enfrentar uma batalha contra um câncer na garganta, em 2017. Kilmer tratou a doença com quimioterapia, radioterapia e traqueostomia, responsável por fazê-lo perder a capacidade de falar com clareza.
Mas, no ano passado, ele falou pela primeira vez em quatro anos com ajuda de inteligência artificial, segundo informações do “Olhar Digital”. Um aparelho com algoritmo de inteligência artificial (IA) foi programado para imitar a voz do ator.
Tom Cruise fez campanha para ter Val Kilmer em novo ‘Top Gun’ — Foto: Reprodução/Instagram